Braseiro em aquarela na serra – Boca no Mundo
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20 de janeiro de 2015

Braseiro em aquarela na serra

Para a folha: rubro. Para o ocaso: verde. Para a chuva: prata. Para o fogo: azul. Quais são as cores que são suas cores de predileção?

Vejam quem veio para a miscelânea vegetal na brasa: quiabo, abóbora, abobrinha, jiló, tomate, pimentão, batata doce e cebola roxa.

A brasa ardia enquanto todos se acomodavam na grelha, em fila indiana.Virados, vigiados e retirados em seus tempos: a batata, de temperamento forte, pede um pouco mais de calor e sai por último.

Misturei as cores, regando o quadro apenas com azeite extra virgem e flor de sal, na opção de valorizar o sabor que a natureza inventou para cada tom.

Cordeirinho

Massageadas com alho, alecrim, pimenta do reino, um fio de azeite e um gole do potente Morandé Gran Reserva Syrah, vinho escolhido para a tarde, as costelinhas de cordeiro uruguaio aguardavam sem pressa a sua vez de entrar em cena. Três horas no tempero.

Limpei os dois racks de costela inteiros, retirando o excesso de gordura, e cortei deixando dois ossinhos em cada peça, um pouco mais de carne para o freguês se divertir no prato.

Os ‘pirulitos’ de cordeiro foram assados a pouco mais de um palmo da brasa forte, cerca de 20 minutos, virando e vigiando.

E nos esbaldamos entre sol e chuva, ouvindo o canto nas árvores, taças abastecidas pelo graduado syrah do Pablo Morandé. Tinto nascido para o churrasco.

Dia Seguinte

Algumas das melhores massas lá do cafofo surgiram de molhos improvisados com sobras e outros elementos de geladeira e despensa. Um bom parmesão a postos, uma lata de tomate pelati na área e a festa pode acontecer a qualquer momento.

No dia seguinte ao cordeiro, a bela sobra dos legumes na brasa se uniu a camarões graúdos e grelhados também na churrasqueira, acesa de novo para eles. Um pouco de azeite e ervas frescas na conversa, e o farfalle italiano cozido ao dente. Tudo junto e misturado na temperatura ambiente, prato deliciante para o almoço antes de cair na estrada.

PS. Agradeço a Caetano Veloso pelos versos no início do texto, da canção Rai das Cores.




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