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Petisco e samba de primeira

Outro dia o músico Gabriel Cavalcante — o apelido ‘Da Muda’ revela as origens na geografia carioca — puxou cadeira no bar Adelos, na Rua do Mercado, e perguntou ao garçom: “O que está saindo de bom por aí?” O atendente, que não o conhecia, aconselhou: “Olha, o pessoal está pedindo muito o Gabriel da Muda”.

Referia-se ao sanduíche de costela bovina e queijo no pão ciabatta, criado por Gabriel em outro bar da região.

O caso situa perfeitamente o compositor, cavaquinista e cantor, que cultiva o prazer na união secular de bom samba e comida boa.

Bolinho de feijoada do Aconchego Carioca:

Figura destacada em dois fenômenos da música na cidade, os sambas do Trabalhador e da Ouvidor, e consultor informal em cardápios de boteco, Gabriel chamou para uma ‘letra’ os donos e cozinheiros dos bares que frequenta e tirou da manga o Ouvidor na Cozinha.

A festa estreia neste domingo (26/01) no Espaço Franklin, na Avenida Passos, levando para o ar-condicionado a roda que sacode aos sábados o Centro Histórico do Rio, na Rua do Ouvidor.

“Estou unindo as duas paixões da minha vida. Aliás, todos da roda estão de alguma forma ligados à comida. Vivemos nos botecos e, depois do samba, há geralmente outra festa que começa perto de algum balcão”, diz Gabriel.

Bolinho de arroz do Bar do Momo:

Da Gema e Jiló

No meio do extenso piso de ladrilhos hidráulicos, os 15 músicos receberão cerca de 800 pessoas para cantar, dançar e petiscar. Alguns dos melhores quitutes do Rio estarão no salão a cargo de bares convidados.

Na estreia, o tijucano Da Gema fortalece a harmonia com sua porção de polentinha com rabada, além da famosa Coxinha da Luiza, o pastel de feijão gordo e o caldinho de jiló.

A propósito, a regra é clara: o jiló, esse amargo, muitas vezes amado e um tanto incompreendido ícone dos botequins, será item obrigatório em todas as edições.

Polentinha com rabada do Da Gema:

“Ih, tive uma ideia agora, acho que vou lançar uma linguiça com jiló no pão”, planejava Kátia Barbosa, do Aconchego Carioca, enquanto posava para a foto que abre o post.

Toninho Laffargue, o dono do Bar do Momo, uma pérola tijucana, filosofava: “O pessoal vai sempre ao bar depois do samba, agora somos nós que vamos até a roda. É justo”.

E Luiza Souza, proprietária e cozinheira de mão cheia do Da Gema, resumiu a proposta: “Tudo remete a alegria e espontaneidade, boteco e samba. Quem não gosta não é bom sujeito”.

Momo, Aconchego e Botero

Bar do Momo, Aconchego Carioca e Bar Botero serão, pela ordem, os próximos a desfilar seus acepipes entre pepitas musicais como ‘Festa Para um Rei Negro’ (Zuzuca do Salgueiro), ‘Os Cinco Bailes da História do Rio’ (Silas de Oliveira, Dona Ivone Lara e Bacalhau) e ‘Chorei’ (Paulo César Pinheiro, Mauro Duarte e Eduardo Gudin).

Bruschettas do Botero:

O Samba da Ouvidor passará a ser mensal na rua, enquanto sua versão ‘Na Cozinha’ pintará sempre no último domingo do mês, ocupando dois dos quatro andares do prédio construído em 1911, com 1.400 metros quadrados abertos ao público.

No mais, é como dizia ‘O Quitandeiro’, do portelense Monarco: prepara a barriga, macacada, que a boia tá enfezada e o pagode fica bom.

Jiló recheado do Bar do Momo:

Pastéis e Bolinhos

Na estreia, o Bar da Gema levará petiscos como a polentinha com rabada (R$ 15 a porção), o pastel de feijão gordo (R$ 5 a unidade), a coxinha (R$ 5 a unidade) e o caldinho de jiló (R$ 10).

Dos próximos confirmados, o Bar do Momo levará seus bolinhos de arroz com linguiça e queijo parmesão, e o jiló recheado ao molho de tomate. O Botero, de Laranjeiras, vai preparar pastéis de costela, bruschettas e lasanha de jiló com alho confitado.

Coxinhas do Da Gema:

Crédito: a foto das polentinhas é de Dé Comber, do Diários Gastronômicos.

Espaço Franklin. Avenida Passos 36, Centro (2222-4444). O samba rola das 14h às 20h. O ingresso custa R$ 25 e está sendo vendido nos bares participantes. Haverá venda na bilheteria. Cartões de débito serão aceitos para a compra de ingressos, petiscos e bebidas.




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