Harmonização: Flanders Oud Bruin e foie gras
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Ao me deparar com as cerejas no mercado, fechei a ideia que vinha buscando sobre como apresentar, e que cerveja abrir com o bloco de foie gras ‘mi cuit’ ao conhaque, presente esperto que veio de Paris.
Apenas um canapé: torradinha de baguete com o divino fígado de ‘canard’, um toque da cereja cozida em vinagre balsâmico reduzido com um pingo de açúcar.
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A ‘compota’ chamou a cerveja pelos mesmos aromas vínicos e frutados de cereja, frutas vermelhas e balsâmico da belga Monk’s Cafe (5,5% ABV), uma Flanders Oud Bruin cuja acidez pronunciada e viva carbonatação atravessaram com prazer a gordura proeminente e duradoura do foie gras.
A perfeicão com que as frutas, o dulçor, a acidez – uma lembrança de tamarindo – e a madeira da cerveja abraçaram o fígado cremoso e seus condimentos me levou a devorar canapés em série, no esquema morde-bebe, secando a garrafa em dois tempos num processo de euforia desmedida. Quando dei por mim, nada mais havia.
O casamento perfeito é quase uma utopia, mas vez em quando vislumbramos algo muito próximo e buscamos a levitação.