Cabernet franc e chorizo com a Santa Rita – Boca no Mundo
Home » Bebida » Cabernet franc e chorizo com a Santa Rita
24 de setembro de 2016

Cabernet franc e chorizo com a Santa Rita

No descanso dos cavalos, a pista se oferecia como amplo recorte na paisagem das montanhas ao redor da Lagoa, o sol de primavera alegrando a vista. O único páreo da tarde ocorreu na mesa, ao redor de perfeitos bifes de chorizo ‘ao ponto para mal’, na varanda do Rubaiyat Rio. Uma prova saudável entre dois puros-sangues chilenos do Vale do Maipo, caldos modernos de vinhedos antigos, com a presença do enólogo Andres Ilabaca, da vinícola chilena Santa Rita.

De um lado, o Casa Real 2008, ‘patriarca’ da bodega com 100% cabernet sauvignon, potente e elegante em seu estilo, após 18 meses em carvalho novo francês, não filtrado e com 14,7% de teor alcoólico. De outro, o Triple C 2011, corte liderado pela amplitude da cabernet franc em 65% do blend (30% cabernet sauvignon e 5% carménère).

Foi quase unanimidade a eleição do Triple C como a melhor companhia para o churrasco que se apresentava. “Para as carnes mais gordurosas o Triple se sai melhor”, disse Andres, explicando que buscou “profundidade” ao privilegiar a cabernet franc, uva que passa de tempero a protagonista nos vinhos sem perder a classe.

Alta Definição

Na produção do belo da tarde, as três variedades são colhidas e vinificadas separadamente, com leveduras selvagens. O corte é feito seis meses depois de o vinho passar para os barris de carvalho francês novo, onde o líquido descansa por 17 meses. É um vinho de 14,4% no teor alcoólico que traz informações diversas ao nariz, amplo e bem estruturado, com frutas escuras, especiarias, chocolate e constante mudança na taça.

Sabores que se revelam à medida que a lente se aproxima, sem que a imagem perca a nitidez, como a paisagem na varanda. Um tinto em alta definição.

Chardonnay, Uai

Enquanto debatíamos gulosamente entre taninos macios, o branco ainda descansava no gelo. Tudo começou com ele, o Medalla Real Chardonnay 2015, na surpresa de um lindo casamento com os pães de queijo da casa, como bem notou o amigo Romeu Valadares.

Quando há queijo de verdade na dança, o pão macio e quentinho tem textura feita para o frescor e as frutas do chardonnay, embora o estágio de nove meses na madeira francesa, segundo minha boca, resulte exagerado na garrafa.

Após a linda salada da foto acima, foi a vez do ‘carpaccio’ de funghi em azeite trufado com pinoles e agrião, que fez a transição para os dois exemplares tintos da Medalla Real que completaram a refeição: o Cabernet Sauvignon e o Carménère, que se veste de chocolate e fruta escura e rejeita o exagero vegetal que tantas vezes torna incômodos seus varietais.

O Triple C custa R$ 426 no site da Winebrands. O Casa Real custa R$ 746. As garrafas da série Medalla Real custam R$ 149.

O Amarelo e o Branco

Vinho de sobremesa não havia, mas a cachaça veio no prato. Para quem cultiva sinônimos da bebida, eu diria que trata-se do Quindim que Matou o Guarda. Com lasquinhas de coco e um chantilly de pinga que não nega fogo. Ótima opção para finalizar os trabalhos no Rubaiyat. O amarelo e o branco combinam que é uma beleza.




Nossa Casa

 

Se você não faz fotossíntese, veio ao lugar certo.

 

Boca no Mundo é o blog do jornalista Pedro Landim.

 

Um lugar para quem adora comer, beber, cozinhar, e falar de comida.

 

Sejam muito bem-vindos.