Sete devorados no início da festa
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Primeiro fim de semana do Comida di Buteco no Rio e caímos de boca nos sete primeiros petiscos da prova de longa distância que se apresenta.
Já deu para notar que 2013 será um ano para estômagos preparados. Afinal, estamos falando de botequim, e as frigideiras estão a mil por hora recebendo linguiça e macaxaeira.
Mais uma vez, a opção pela maionese nos pratos (que não é obrigatória, mas garante prêmio extra aos vencedores) parece inadequada no contexto, e deve contribuir para um acréscimo na venda de Sonrisal. Vamos em frente.
O Bar do Momo estreou com clássico da casa. O bolinho de arroz ganhou versão mais achatada e com mais queijo no interior para obter o efeito ‘puxa-puxa’ do queijo derretido, ao se partir o bolinho que chega quente à mesa.
De resto, a manutenção de uma das delícias cariocas de bar, com a calabresa em pequenos pedaços no interior e a vontade imediata de pedir mais um após o primeiro.
A linguiça de bacalhau do Galeto Sat’s é um achado na casa dedicada aos pequenos franguinhos preparados com molhos criativos e frescos. Para o Cdb, pintou versão um pouco mais fina da iguaria, em apresentação de cores ao lado dos pimentões, das azeitonas e (bingo) dos ovinhos de codorna.
Na casa, pergunte pelas boas cachaças e, se o Sérgio estiver lá, a boa prosa sobre as ‘branquinhas’ está garantida.
No Rio-Brasília, o bolinho de carne estilo almôndega está sequinho e bem recheado com linguiça de pernil moída. Sabor acentuado, cercado talvez de molhos em excesso no enfeite do prato, bastaria o principal e bem feito, que acrescenta pasta de pimenta à maionese.
Um petisco ‘alemão’ que pede cervejas mais amargas. Como a Heineken, para citar outro patrocinador, este na medida.
O Corujão, que no Cadeg alimenta pequenas multidões com as carnes fartas que rodam nos braseiros elétricos, apostou no principal ingrediente do mercado e fez escondidinho de bacalhau muito bem executado.
O petisco é leve, descanso para tantas linguiças, e cresce demais se regado generosamente no azeite. É assim que deve ser apresentado.
Outro que debuta, o Bar do Bahiano (foto de abertura), de comida simples e saborosa na Ladeira dos Tabajaras, apostou no tradicional bolinho de aipim com camarão. É na verdade um camarão envolto em massa consistente de mandioca que pede gotas de pimenta, ou o próprio molho do prato.
Talvez falte ligeiro equilíbrio entre massa e conteúdo, mas é algo que pode ser afinado com o tempo, ainda estamos na largada.
A surpresa do Bar do Oswaldo, que apostou nos palitinhos típicos das azeitonas e tremoços dos botequins, está no aipim que se enrola em bacon: é quase um creme o ponto encontrado, se desmanchando sob a carne crocante.
Bacon é sempre um grande aliado, só o molho bechamel com maionese que deixou a desejar em sabor e consistência. Um molho ácido faria melhor ao conjunto, creio.
Das lindas bruschettas do estreante Bottero, que na verdade estão mais para os ‘montaditos’ do repertório espanhol dos tapas, acabei só provando a que leva tomates, ovo de codorna frito e crocante de linguiça, voltarei para as outras na expectativa da costela desfiada.
É petisco difícil de se dividir, o ideal é uma pessoa comer as três, e pelo que degustei a cozinha está no ponto no Mercado São José das Artes. Nota: a caipirinha de abacaxi, uva e canela foi linda descoberta.
E vamos que vamos, seguindo a lista dos 30 petiscos do Comida di Buteco em 2013.
E recordando os melhores petiscos de 2012.
Crédito: as fotos são de Marco Pinto.