O fruto verde da esperança – Boca no Mundo
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06 de setembro de 2013

O fruto verde da esperança

De perto, ele nem é tão amargo. Mas acabou pagando pela personalidade. O pessoal pegou implicância e, às vezes, diz que não gosta sem sequer ter provado. Portanto, a campanha está lançada: dê uma chance ao jiló.

Os cabos eleitorais? Petiscos criados com o fruto verde. Coisas de botequim.

Primo em segundo grau da berinjela, como esta pode ser frito, grelhado, assado ou recheado, inteiro ou fatiado. Virar babaganoush, quem sabe. Ou antipasto brasileiro. É certo que o produto não é explorado na altura de seu potencial.

As versões de sucesso nos bares combinam bem seu amargor com a linguiça, o toucinho e outras gorduras aromáticas que afastam um pouco o preconceito. E pedem cachaça da boa no contraponto das louras. Escolha as ampolas mais geladas para o percurso e não tenha medo de ser feliz.

Vamos começar em Piratininga (com filial em Santa Rosa), região oceânica de Niterói. No Armazém Granel (2619-4968), o bolinho de jiló leva calabresa, bacon e queijos, e vem acompanhado de dose de cachaça Magnífica.

Ainda na frigideira, o Bar do Mineiro faz neste fim de semana (6 a 8/09), em edição especial, suas fatias de jiló empanadas no fubá. Difícil não curtir.

E o Bar do Momo, na Tijuca, oferece quatro recheados: carnes seca e assada, queijo e linguiça, com refogado de cebola, tomate e pimentão, e queijo ralado por cima (foto de abertura).

É só pedir, a partir das 17h, que o Toninho capricha. Para acompanhar, a batida de maracujá é famosa na região. A de gengibre traz a pessoa amada.

A carne assada permanece ao lado no sanduba Caverna do Sat’s, lançado em Copacabana pelo Galeto Sat’s (2275-6197). São três unidades no pão francês, servidas como na foto.

E a lasanha de jiló é tira-gosto concorrido no Da Gema (2208-9414), na Tijuca. Faz salivar com fatias finas no lugar da massa, recheio de queijo, calabresa e molho à base de tomate.

O bar serve também caldinho de jiló, um pitéu. No mesmo bairro, andei sabendo, o Rio Brasília (3598-3170) prepara seus verdinhos com camarão.

Em momento pop, o jiló aparece no cardápio da rede Botequim Informal (3816-0909), servido em chips. Que papai do céu o conserve ali, porta de entrada bonita para o universo do vegetal.

Finalmente, no Bar do Costa (2204-0240), em Vila Isabel, o jiló aparece quase como veio ao mundo. No pratinho com maxixe e quiabo, cortados e cozidos, temperados e cobertos com cebola.

Da minha parte, prefiro o jiló assim, sem muitas alegorias. Dessa forma, inclusive, torna-se um clássico de botequim vegetariano. Coisa rara.

As notas de pesar ficam por conta do jiló da Dona Gertrudes, esposa do Alberto lá do Bar Rebouças (2286-3212). Cozido e temperado em azeite, vinagre, alho e salsa, ajudou a fazer a fama do bar mas saiu de cartaz recentemente.

O português me disse que andavam muito feios no mercado… Não estavam certamente entre os petiscos mais pedidos. Na despedida, o registro saudoso.

Créditos: a foto do sanduba do Sat’s é de Berg Silva. Os chips do Informal são de Bella Cardim.




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